Exposição de Leòn Ferrari MASP
- Victória Moraes Cintra de Campos
- Nov 18, 2015
- 2 min read















A exposição de Leòn Ferrari acontece em um dos espaços mais referentes de São Paulo, o MASP, no 1º subsolo. Teve como início no mês de outubro de 2015 e ficará disponível até 21 de fevereiro de 2016 para a felicidade de todos. Contendo heliografias, fotocópias, duas pinturas, duas esculturas e um objeto. Ao todo são 80 obras trazendo uma bagagem enriquecida de cultura, história, experiência e uma visão bastante crítica para reflexão. Segunda-feira às 16 hrs convidei papai para ir comigo ao MASP para pesquisarmos o material que poderia ter de interessante por lá. Ficamos divididos entre duas apresentações, a de Histórias Feministas por Carla Zaccagnini e a Entre Ditaduras por Leòn Ferrari, a minha escolhida para discorrer sobre. Apenas um adendo, às terças-feiras a entrada é gratuita o dia inteiro e às quintas-feiras a partir das 17 hrs (Aproveitem!). Os demais dias o preço para estudantes, professores, menores de 10 anos e maiores de 60 anos é de R$ 12,00 e para quem pagará a entrada inteira o valor é de R$ 25,00. Aqui uma breve introdução do artista argentino que doou as suas obras ao MASP, merecendo reconhecimento por ter feito essas em seu tempo de exílio de 15 anos em São Paulo. Produzindo-as em anos de ditadura, tanto no Brasil quanto na Argentina. Viveu bastante, até os seus 93 anos, porém não poderia dizer se bem por toda a sua trajetória, pois era atuante nos movimentos de vanguarda e fugiu de Buenos Aires que vivia em um período terrível de guerra conhecida como Guerra Sucia, "guerra suja". Corajoso por levantar, manifestar, questionar, criticar e polemizar questões como a política regida por governos autoritários, a ideologia imposta pela Igreja e a releitura da consolidação dogmática do regime religioso, conseguindo abordar a sexualidade explicitamente. Expondo o seu pensamento de maneira sensível e chocante em uma linguagem visual para provocar a cabeça da sociedade que encontrava-se alienada, na época. (Será que ainda não nos dias atuais?), e refém do poder totalitário. Não há como eu preferir unicamente uma obra da exposição, justamente por todas terem prendido a minha atenção de maneiras diferentes. Particularmente eu gostei bastante da crítica do artista argentino em relação ao Estado, à política e ao governo. Ele representou a sociedade como um todo em uma planta arquitetônica, transformando os indivíduos disciplinados em peças funcionais que compõem um sistema ordeiro. Outra parte em que faço questão de mencionar é a releitura da Bíblia, pois Leòn debocha com o seu cinismo e humor o conteúdo religioso com versos e imagens religiosas alterando-as com fragmentos da sociedade atual como Adolf Hitler.
Comments